História

Os caprinos primitivos que originaram a Raça Boer foram encontrados em regiões rurais da África e da Ásia, e eram possuidores de porte físico muito aquém do animal moderno tal qual conhecemos atualmente.

O berço da raça tanto quanto sua história são incertos, mas podemos afirmar que a origem se deu a partir de animais capturados pelos povos Namaaqua Hottentots e tribos Bantu, migrantes do sudoeste da África. A partir de então, a raça se solidificara e fora gradualmente aperfeiçoada, mediante cruzamentos com animais da Índia e Europa, sobretudo de Portugal, Holanda, França, Alemanha e Inglaterra. Em meio à fusão, destaca-se a influência de cabras leiteiras que contribuíram decisivamente com a habilidade materna, tão bem caracterizada nos animais contemporâneos.

A influência logística do Cabo da Boa Esperança nas rotas marítimas foi crucial para o desenvolvimento do Boer, posto que no início do Século XIX, período histórico marcado pelo colapso de grandes impérios, o mundo era transformado pelas grandes descobertas científicas, definindo, não obstante, a grande evolução e brilhante trajetória do animal Boer.

A palavra Boer está associada ao termo “agricultor”, tanto referido no idioma holandês quanto em grande parte da África, de modo que esses animais eram conhecidos como “a cabra dos Boer”, ou seja, um animal de propriedade de agricultores e pecuaristas daquele período, naquela região.

Aquele animal franzino e desajeitado, do início do Século XIX, passara por uma metamorfose importante e se tornara compacto, equilibrado, proporcional em suas dimensões, com cabeça de chanfro proeminente (roman nose) e se tornara impressionantemente sedutor. Em pouco tempo, como resultado do trabalho criterioso dos selecionadores, já caucionavam animais com grande potencial de fertilidade, precocidade e produtividade, multiplicando-se com singular desenvoltura e ultrapassando todas as estatísticas imagináveis em termos de ganho de peso diário. O pelo, agora curto, a cabeça vermelha e cauda erguida, conferem a esses seres um ar de grande vitalidade e o epíteto de o mais belo entre os caprinos.

Em relação à organização regulamentar da raça, em 1959 fundava-se a associação Sul-Africana de Criadores de Caprinos Boer e outras agremiações e instituições que desde então se disseminaram. As regras tornaram-se bem definidas e a raça ganhara oficialmente uma orientação que moldaria sua seleção. Desfrutamos atualmente de descrição precisa das características morfológicas e de bancos de dados alimentados a partir de compilações realizadas por criadores e técnicos especialistas que remetem a produção e valoração performática da raça.

Em razão da constituição e do culto da nova raça, surge o elemento competitividade. O primeiro Grande Campeonato foi realizado na África do Sul no início da década de 60 e cerca de dez anos depois, o Caprino Boer foi incorporado ao National Mutton Sheepand Goat Performance Testing Scheme, acelerando o melhoramento genético e sua expansão para além das fronteiras do velho mundo.

A raça tem sua efervescência no Brasil apenas na segunda metade da década de 1990, fato ocorrido após a abertura econômica sul-africana, com o “fim” do reprovável regime de segregação racial (apartheid) vigente naquela nação. É do ano de 1995 o ingresso do Boer no rebanho caprino do Brasil. Foram os criadores Sieb Greidanus e Mário Abreu que lograram as primeiras importações desses animais, trazendo-os da Holanda e do Canadá. Nos anos seguintes, a EMEPA, na Paraíba, sob tutela de Paulo Roberto Miranda Leite, importou algumas dezenas de animais dos Estados Unidos, dando assim passos largos no referido processo de seleção e expansão da raça no Brasil. Nesse período, os caprinos eram utilizados quase exclusivamente para a produção de leite. Cabia à espécie ovina fornecer carne para suprir as demandas do consumo doméstico e comercial, dos restaurantes que se multiplicavam, cada vez mais, e despontavam por todo o território brasileiro.

A Embriocon, empresa sediada em Pernambuco, trouxe embriões da Alemanha e rapidamente disseminou parte do tesouro. Em seguida ocorreram outras importações de material genético advindo da Alemanha, Austrália e alguns animais canadenses, norte-americanos e africanos.

A história não parou por ai. O icônico Sr. Luiz Felipe de Almeida Brennand e outros criadores de grande porte importaram sobremodo da África do Sul, animais de características marcantes que alavancaram definitivamente o desenvolvimento da raça no país.

O Boer, indubitavelmente, provocou uma revolução na caprinocultura de corte. Animais reprodutores provenientes de cruzamentos selecionados incrementaram, notoriamente, o peso de animais mestiços do semiárido e de quase todo o país e hoje garantem alto nível no cultivo da raça Boer brasileira, basta observar os resultados dos grandes eventos que ocorrem dentro e fora do país. Finalmente, temos certeza de que o Brasil se constituiu como uma opção de comércio de uma carne nobre, requintada, saudável, e, em face das similitudes georreferênciais equivalentes àquelas dispostas em território Sul Africano, consagrou-se também como plataforma com capacidade crescente dos seus dóceis, versáteis e adaptáveis rebanhos.

Dedico esta história a todos aqueles que têm o privilégio de discursar com orgulho: onde tem um boerzeiro, tem um amigo.

Avante, criadores!

Hian Monteiro

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